VIGÉSIMA PRIMEIRA HORA - HORAS DA PAIXÃO - SEGUNDA HORA DE AGONIA NA CRUZ


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VIGÉSIMA PRIMEIRA HORA

Da 1 às 2 da tarde

Segunda Hora de agonia na Cruz.

Segunda, terceira e quarta palavras de Jesus

Segunda palavra na Cruz

Meu amor trespassado, enquanto rezo Contigo, a força arrebatadora de Teu amor e das Tuas dores mantém fixo o meu olhar em Ti; mas o meu coração dilacera-se ao ver-Te sofrer tanto assim. Anseias de amor e de dor, e as chamas que ardem em Teu Coração elevam-se a tal ponto que estão prestes a reduzir-Te a cinzas; o amor que Teu Coração contém é mais forte do que a própria morte e Tu, desejando desabafá-Lo, olhando o ladrão à Tua direita, retira-o do Inferno. Com a Tua graça, tocas o seu coração e o ladrão fica completamente transformado, reconhece-Te, confessa-Te como Deus e, profundamente mortificado, diz: “Senhor, lembra-Te de mim quando estiveres no Paraíso”. E Tu não hesitas em responder-lhe: “Hoje mesmo estarás Comigo no Paraíso”, transformando-o no primeiro triunfo do Teu amor. Mas, vejo que no Teu amor não roubas o coração só ao bom ladrão, mas também a muitos agonizantes! Ah, Tu pões à sua disposição o Teu sangue, o Teu amor e os Teus méritos, recorrendo a todos os artifícios e estratégias divinas para sensibilizar os seus corações e roubá-los para ti. Mas, também nisto, o Teu amor é provado! Quantas negações, quantas desconfianças e quantos desesperos! E a dor é tanta que, de novo, ficas em silêncio!

Ó meu Jesus, quero reparar por aqueles que se desesperam da Misericórdia divina no momento da morte. Meu doce amor, inspira em todos a confiança em Ti e a certeza iluminada, especialmente àqueles que se encontram à mercê da agonia. E, em virtude da Tua palavra, concede-lhes luz, força e ajuda para poder morrer santamente e ir desta terra para o Céu. Ó Jesus, contém todas as almas em Teu santíssimo Corpo, em Teu sangue e em Tuas chagas. Portanto, por mérito deste Teu preciosíssimo sangue, não permitas que uma só alma se perca! O Teu sangue continue a bradar por todas, com a Tua voz: “Hoje mesmo estareis Comigo no Paraíso!”

Terceira palavra na Cruz

Meu Jesus, Crucificado e angustiado, Tuas dores aumentam cada vez mais. Ah, nesta cruz, Tu és o verdadeiro Rei das Dores! Entre tantos sofrimentos, nenhuma alma Te passa despercebida; pelo contrário, dás a cada uma delas a Tua própria vida. Mas o Teu amor é contrariado pelas criaturas, desprezado, descuidado e, não podendo desabafar, torna-se mais intenso, provoca-Te sofrimentos indizíveis. Nestes tormentos, procuras descobrir o que mais podes dar ao homem para conquistá-lo e dizes: “Vê, ó alma, quanto Te amei! Se não queres ter piedade de Ti mesmo, tem piedade pelo menos do Meu amor!”. Entretanto, vendo que nada mais tens para dar-lhe, uma vez que já lhe deste tudo, diriges Teu olhar apagado à Tua Mãe; também ela está mais do que agonizante por causa de Tuas dores. E é tanto o amor que a aflige, que a crucifica como a Ti. Como Mãe e Filho, compreendeis-vos, e suspiras com satisfação e Te confortas ao ver que podes dar à criatura a Tua Mãe e, considerando em João todo o gênero humano, com voz tão terna que comoves a todos, dizes: “Mulher, eis o teu filho”; e a João: “Eis a tua Mãe”. A Tua voz penetra em seu Coração materno e, unida às vozes do Teu sangue, continuas a dizer: “Minha Mãe, confio-te todos os Meus filhos, todo o amor que sentes por Mim, sente-o também por eles; todos os teus cuidados e ternuras maternas sejam para os Meus filhos; tu os salvarás a todos para Mim”. Tua Mãe aceita. Entretanto, as dores são tão fortes que Te fazem novamente silenciar.

Ó meu Jesus, desejo reparar as ofensas que se fazem à santíssima Virgem, as blasfêmias e as ingratidões de tantos que não querem reconhecer os benefícios que Tu reservaste a todos, dando-nos Maria como Mãe.

Como podemos agradecer-Te tantos benefícios? Ó Jesus, recorremos à Tua própria fonte e Te oferecemos o Teu sangue, as Tuas feridas, o amor infinito do Teu Coração! Ó Virgem santíssima, o que tu sentes ao ouvir a voz do Bom Jesus que te deixa a todos nós como Mãe?

Ó Virgem bendita, nós te agradecemos por isto e, para te agradecer como mereces, oferecemos-te os próprios agradecimentos de teu Jesus. Ó doce Mãe, sejas tu a nossa Mãe; cuida de nós e nunca permitas que te ofendamos, o mínimo sequer. Conserva-nos sempre unidos a Jesus. Com as tuas mãos, vincula-nos todos a Ele, de maneira que nunca mais possamos fugir d’Ele. Com as tuas próprias intenções, quero reparar por todas as ofensas que se fazem ao teu Jesus e a ti mesma, minha terna Mãe!

Ó meu Jesus, enquanto estás imerso em tantas dores, Tu oras ainda mais pela causa da salvação das almas. Não ficarei indiferente diante disto, mas, como pomba, quero levantar voo sobre as Tuas feridas, beijá-las, curá-las e mergulhar em Teu sangue, para poder dizer Contigo: “Almas, almas!”. Quero sustentar a Tua cabeça trespassada e dolorida para Te reparar e Te pedir misericórdia, amor e perdão para todos.

Ó meu Jesus, reina na minha mente e a cura em virtude dos espinhos que trespassaram a Tua cabeça; não permitas que qualquer perturbação entre em mim. Fronte majestosa do meu Jesus, beijo-te. Atrai todos os meus pensamentos para te contemplar e te compreender. Olhos dulcíssimos do meu Bem, ainda que cobertos de sangue, olhai-me; olhai minha miséria, minha debilidade, meu pobre coração e fazei com que eu possa experimentar os efeitos admiráveis do vosso olhar divino. Ouvidos do meu Jesus, apesar de ensurdecidos pelos insultos e pelas blasfêmias dos ímpios, estais à nossa escuta; escutai as minhas orações e não desprezeis as minhas reparações. Sim, escuta, ó Jesus, o grito do meu coração! Então, ele sossegará, quando o tiveres enchido com o Teu amor. Rosto belíssimo do meu Jesus, mostra-te, faz com que eu te veja, a fim de que de todos e de tudo eu desapegue o meu pobre coração. A tua beleza me enamore continuamente e me conserve sempre arrebatado em ti. Boca suavíssima do meu Jesus, falai-me, fazei ressoar sempre a tua voz em mim, e o poder da tua palavra destrua tudo o que não é Vontade de Deus, o que não é amor.

Ó Jesus, estendo meus braços ao Teu pescoço para abraçar-Te e Tu me estendes os Teus braços para me abraçar. Ó meu Bem, por favor, faz com que seja tão intenso este abraço amoroso que nenhuma força humana possa nos desvincular e, assim abraçados, apoiarei o meu rosto em Teu Coração e depois, com confiança, beijarei os Teus lábios e Tu me darás o Teu beijo de amor. Assim, me farás respirar Teu hálito dulcíssimo, Teu amor, Tua vontade, Tuas dores e toda a Tua vida divina. Santíssimos ombros do meu Jesus, sempre fortes e constantes no padecimento por amor a mim, dai-me fortaleza, constância e heroísmo no sofrimento por amor a Ele.

Ó Jesus, não permitas que eu seja inconstante no amor; antes, faz-me parte da Tua imutabilidade! Peito inflamado do meu Jesus, dá-me as Tuas chamas; não as podes conter por mais tempo e o meu coração, com ansiedade, procura-as através daquele sangue e daquelas Chagas. Ó Jesus, aquilo que mais Te atormenta são as chamas do Teu amor; ó meu Bem, torna-me participante delas. Será que não Te compadeces de uma alma tão fria e pobre do Teu amor? Santíssimas mãos do meu Jesus, vós que criastes o Céu e a terra, estais dilaceradas a ponto de não vos poderdes mexer! Ó meu Jesus, continua a Tua Criação: a Criação do amor. Cria, em todo o meu ser, uma vida nova, a vida divina; pronuncia as Tuas palavras no meu pobre coração e transforma-o todo no Teu. Santíssimos pés do meu Jesus, nunca me deixeis sozinho, fazei com que eu corra sempre convosco e não dê sequer um passo longe de vós. Jesus, com o meu amor e as minhas reparações, desejo aliviar-Te das penas que Tu sofres em Teus santíssimos pés.

Ó meu Jesus crucificado, adoro o Teu sangue preciosíssimo! Beijo, uma a uma, as Tuas chagas, desejando incutir nelas todo o meu amor, as minhas adorações e as reparações mais sentidas. Seja o Teu sangue, para todas as almas, luz nas trevas, conforto nas dores, força na fragilidade, perdão na culpa, ajuda nas tentações, defesa nos perigos, sustento na morte e asas para transportá-las desta terra para o Céu.

Ó Jesus, venho a Ti e no Teu Coração faço o meu ninho e a minha morada. De dentro do Teu Coração, ó meu doce Amor, chamarei todos a Ti; e se alguém quiser aproximar-se para Te ofender, exporei o meu peito e não permitirei que Te fira. Ao contrário, eu o fecharei em Teu Coração, falarei do Teu amor e transformarei as ofensas em amor.

Ó Jesus, jamais permitas que eu saia de Teu Coração. Alimenta-me com as Tuas chamas, dá-me vida com a Tua Vida para que eu possa Te amar como Tu mesmo desejas ser amado.

Quarta palavra na Cruz

Jesus sofredor, enquanto estou abraçado e abandonado em Teu Coração, enumerando as Tuas penas, vejo que um calafrio violento invade a Tua santíssima Humanidade; Teus membros agitam-se como se um quisesse separar-se do outro e, entre convulsões provocadas pelas dores atrozes, Tu bradas com voz forte: “Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?”. A este Teu grito, todos tremem; as trevas tornam-se mais densas; a Mãe, petrificada, empalidece e desfalece!

Minha Vida! Meu tudo! Meu Jesus, o que vejo? Ah! Tu estás prestes a morrer. As próprias dores, que Te são tão fiéis, estão prestes a deixar-Te. No entanto, depois de tanto sofrimento, com imensa dor, vês que as almas não estão todas unidas a Ti; antes, vês que muitas delas se perderão e, ao desvincularem-se de Teus membros, sentes a dolorosa separação. E Tu, devendo satisfazer a Justiça divina também por elas, sentes a morte de cada uma e as próprias penas que sofrerão no Inferno. Gritas com força a todos os corações: “Não me abandoneis; se quiserdes mais penas, estou pronto, mas não vos separeis da Minha Humanidade. Esta é a dor das dores, é a morte das mortes; todo o resto, nada seria para mim, se Eu não padecesse a vossa separação! Tende piedade do Meu sangue, das Minhas Chagas e da Minha Morte! Este grito será contínuo aos vossos corações. Não me abandoneis!”

Meu Amor, quanto sofro Contigo! Tu te afliges; a Tua santíssima cabeça já cai sobre o Teu peito e a vida Te abandona.

Meu Amor, sinto que estou prestes a morrer. Também quero gritar Contigo: “Almas, almas!”. Não me separarei desta cruz, destas feridas, para Te pedir almas e, se Tu quiseres, penetrarei nos corações das criaturas e os circundarei com as Tuas penas, para que não fujam de mim . E, se for possível, eu me posicionarei à porta do Inferno a fim de recuar as almas para lá destinadas e conduzi-las a Teu Coração. Mas Tu agonizas e Te calas, enquanto eu choro a Tua morte iminente. Ó meu Jesus, tenho compaixão de Ti. Estreito com força Teu Coração ao meu, beijo-o e olho-o com toda a ternura de que sou capaz. E, para Te aliviar mais, faço minha a ternura divina e com ela quero me compadecer de Ti, transformar o meu coração em rios de docilidade e transbordá-lo no Teu para amenizar a amargura que sentes pela perda das almas.

Ó meu Jesus, por meio deste abandono, ainda Te peço que ajudes tantas almas amantes que, para tê-las como companhia em Teu abandono, pareces privá-las de Ti, deixando-as nas trevas. Ó Jesus, as penas destas almas sejam como preces que as chamam para perto de Ti, para te aliviarem em Tua dor.

Reflexões e práticas

Jesus perdoa o bom ladrão com tanto amor que, imediatamente, o leva consigo para o Paraíso. E nós, rezamos sempre pelas almas dos que estão para morrer e têm necessidade de uma oração, para que se lhes feche o Inferno e se lhes abram as portas do Céu?

Os sofrimentos de Jesus na cruz aumentam, mas, esquecendo-se de Si mesmo, Ele reza sempre por nós; nada reserva para Si e nos dá tudo, a começar por Sua santíssima Mãe, entregando-nos o que havia de mais precioso em Seu Coração. E nós, damos tudo a Jesus?

Em tudo o que fazemos: orações, ações e outras coisas, temos sempre a intenção de absorver um novo amor, para podermos em seguida dar tudo a Ele? Devemos absorvê-lo para dá-lo, a fim de que tudo o que fizermos tenha o sinal da obra de Jesus.

Quando o Senhor nos dá fervor, luz e amor, usamos tudo isto em benefício do próximo? Procuramos incluir as almas nesta luz e neste fervor para animar o Coração de Jesus a convertê-las? Ou então, com egoísmo, conservamos as Suas graças só para nós?

Ó meu Jesus, cada pequena centelha de amor que sinto em meu coração se transforme num incêndio que consuma todos os corações das criaturas e as encerre no Teu Coração.

Que uso fazemos do grande dom que nos concedeu na pessoa da sua Mãe? Fazemos nosso o amor de Jesus, as Suas ternuras e tudo o que Ele fazia, para contentar a Sua Mãe? Podemos dizer que a nossa Mãe divina encontra em nós a felicidade que encontrava em Jesus? Estamos sempre próximos como filhos fiéis, obedecemos e imitamos as suas virtudes? Procuramos fazer tudo para não nos afastarmos de seu olhar materno, para que nos conserve sempre intimamente ligados a Jesus? Em tudo o que fazemos, chamamos os olhares da Mãe celeste para nos orientar, a fim de podermos agir santamente, como filhos verdadeiros, sob seu olhar misericordioso? Para lhe podermos dar a felicidade, como lhe dava o seu Filho, peçamos a Jesus todo o amor que dedicava à Sua santíssima Mãe, a glória que lhe dava continuamente, a ternura e todas as delicadezas de amor. Façamos tudo isto nosso e digamos à Mãe celeste: “Temos Jesus em nós e, para fazer-te feliz e para que tu encontres em nós aquilo que encontravas em Jesus, nós damos tudo a ti. Além disso, Mãe belíssima, queremos dar ainda a Jesus toda a felicidade que Ele encontrava em ti. Por isso, desejamos entrar em teu Coração e tomar o teu amor, toda a tua felicidade, todas as tuas ternuras e cuidados maternais, para dar tudo isto a Ele. Mãe de Jesus e nossa, as tuas mãos maternas sejam as suaves correntes que nos conservam vinculados a ti e a Jesus.”

Jesus não se poupa em nada. Amando-nos com grande amor, gostaria de salvar todos nós e, se fosse possível, quereria arrancar do Inferno todas as almas e padecer todas as suas dores. Não obstante, Ele vê que, com esforço, as almas querem fugir dos Seus braços e, não podendo conter a Sua própria dor, exclama: “Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?”. E nós, podemos dizer que o nosso amor pelas almas é semelhante ao de Jesus? Nossas orações, nossas dores e todos os nossos pequenos atos estão unidos aos atos e às preces de Jesus, para arrancar as almas do Inferno? Como temos compaixão de Jesus neste Seu sofrimento imenso? Se a nossa vida se pudesse consumar em um holocausto contínuo, não seria suficiente para consolar esta dor. Cada pequeno ato, esforço, pensamento que fazemos unidos a Jesus pode servir para conquistar almas, para que não caiam no Inferno. Unidos a Jesus, teremos em nossas mãos o Seu próprio poder. Ao contrário, se não realizarmos nossos atos unidos a Ele, estes não servirão sequer para impedir que uma só alma vá para o Inferno.

Meu Amor e meu tudo, conserva-me intimamente unido ao Teu Coração, a fim de que sinta depressa o quanto o pecador Te entristece ao separar-se de Ti e, assim poder fazer logo a minha parte. Ó meu Jesus, o Teu amor amarre o meu coração para que, abrasado pelo Teu fogo, possa sentir o amor que Tu mesmo tinhas pelas almas. Quando sofro dores, penas e amarguras, então, ó Jesus, desabafa a Tua justiça sobre mim e recebe a satisfação que desejas; mas o pecador, ó Jesus, seja salvo e as minhas dores constituam um vínculo que Te ligue ao pecador, e a minha alma receba a consolação de ver Tua Justiça satisfeita.

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