DÉCIMA TERCEIRA HORA - HORAS DA PAIXÃO - JESUS NA PRISÃO


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DÉCIMA TERCEIRA HORA

Das 5 às 6 da manhã

Jesus na prisão

Meu Jesus prisioneiro, acordei e não Te encontro. O meu coração pulsa com muita força e deseja amor. Diz-me, onde estás? Meu Anjo, leva-me à casa de Caifás. Mas dou voltas, procuro em toda a parte e não Te encontro. Meu amor, depressa, com Tuas mãos movimenta as correntes com que conservas ligado o meu coração ao Teu e puxa-me a Ti, a fim de que eu possa levantar voo para ir lançar-me em Teus braços. E Tu, Jesus meu Amor, ferido pela minha voz e querendo minha companhia, já me atrais e vejo que Te puseram na prisão. O meu coração exulta de alegria ao encontrar-Te, mas sinto que é ferido pela dor, vendo o estado em que Te reduziram.

Vejo-Te com as mãos amarradas atrás de uma coluna, com os pés ligados e apertados; vejo o Teu rosto santíssimo pisado, inchado e a escorrer sangue, devido aos horríveis socos que te deram. Os Teus puríssimos olhos inchados, a Tua pupila exausta e triste em virtude da vigília, os Teus cabelos em total desordem, a Tua santíssima Pessoa integralmente dolorida e, além disso, não podes erguer-Te nem Te limpar porque estás amarrado.

E eu, ó meu Jesus, num soluço de pranto, abraçando os Teus pés, digo: “Ah, como foste maltratado, ó Jesus!” E olhando-me, respondes: “Vem, ó meu filho, esteja atento a tudo o que Me vires fazer, para fazê-lo Comigo, e assim Eu possa continuar a Minha vida em ti.”

E eis que, com admiração, vejo que em vez de Te preocupares com as Tuas feridas, com amor indescritível pensas em glorificar o Pai, para O reparar daquilo que nós devíamos fazer, e chamas todas as almas ao Teu redor, para tomar sobre Ti todos os seus males e dar-lhes todos os bens. E, quando estamos na aurora do dia, ouço a Tua voz dulcíssima que diz:

“Pai Santo, Eu Te dou graças por tudo o que sofri e por aquilo que me resta sofrer. E como este alvorecer chama o dia e o dia faz nascer o sol, assim a aurora da Graça brote em todos os corações e, fazendo-se dia, Eu, Sol Divino, possa surgir em todos os corações e reinar sobre todos. Vês estas almas, ó Pai? Eu desejo responder-Te por todas, por seus pensamentos, por suas palavras, ações e por seus passos, mesmo à custa de sangue e de morte.”

Meu Jesus, amor infinito, uno-me a Ti e, também eu, agradeço-Te por tudo quanto me fizeste sofrer e por aquilo que me resta padecer; e Te peço que faças nascer, em todos os corações, a aurora da Graça para que Tu, Sol Divino, possas renascer e reinar sobre todos os corações.

Mas vejo ainda, meu doce Jesus, que reparas todas as primícias dos pensamentos, dos afetos e das palavras das criaturas que, ao início do dia, não são oferecidas a Ti para Te honrarem, e que chamas de novo a Ti, como que em consignação, os pensamentos, os afetos e as palavras das criaturas, para reparares e dares ao Pai a glória que Lhe devem.

Meu Jesus, Mestre Divino, já que nesta prisão temos uma hora de liberdade e estamos a sós, não só quero fazer o que fazes, mas quero limpar-Te, arrumar os Teus cabelos e fundir-me em Ti. Por isso, eu me aproximo da Tua sacratíssima cabeça e, ajustando os Teus cabelos, quero reparar-Te por tantas mentes confusas e cheias de sujeira, que não reservam sequer um pensamento a Ti. E, ao fundir-me em Tua mente, quero reunir em Ti todos os pensamentos das criaturas e fundi-los nos Teus pensamentos, a fim de encontrar a reparação suficiente por todos os pensamentos malignos, por tantas luzes e inspirações sufocadas. Gostaria de fazer de todos os pensamentos, um só com os Teus, para Te dar a verdadeira reparação e a glória perfeita.

Meu Jesus aflito, beijo os Teus olhos amargurados e repletos de lágrimas. Com as mãos atadas à coluna, não podes enxugá-los nem eliminar os escarros com os quais Te macularam. E, como a posição na qual Te amarraram é dilacerante, não podes fechar os olhos cansados para descansar. Meu Amor, de muito bom grado desejaria que os meus braços Te servissem de leito, para fazer-Te repousar. Quero enxugar os Teus olhos, pedir-Te perdão e Te reparar por todas as vezes que não Te agradamos e não Te olhamos para compreender o que querias de nós, o que devíamos fazer e aonde desejavas que fôssemos. Quero compenetrar os meus olhos nos Teus e nos olhos de todas as criaturas, para poder reparar com os Teus próprios olhos, todo mal que fizemos com a nossa vista.

Meu piedoso Jesus, beijo os Teus santíssimos ouvidos, cansados de ouvir insultos a noite inteira e, muito mais, os ecos de todas as injúrias das criaturas, que ressoam em Teu ouvido. Peço-Te perdão e Te reparo por todas as vezes que nos chamaste e fomos surdos ou fizemos de conta que não ouvíamos, e Tu, exausto, repetiste as Tuas chamadas, mas em vão! Desejo identificar o meu ouvido com o Teu e também com o ouvido de todas as criaturas, para fazer-Te uma reparação contínua e completa.

Jesus apaixonado, adoro e beijo o Teu santíssimo rosto, totalmente inchado pelos bofetões. Eu Te peço perdão e Te reparo por todas as vezes que Tu nos chamaste a oferecer reparações, e nós, unindo-nos aos Teus inimigos, demos bofetões e cuspimos em Ti. Meu Jesus, quero fundir o meu rosto no Teu, para devolver-Te a Tua beleza natural, propiciando-Te a plena reparação por todos os desprezos que se fazem à Tua adorável Majestade.

Meu bem amargurado, beijo a Tua dulcíssima boca, cheia de dor pelos socos e sedenta de amor. Quero fundir a minha língua na Tua e também na língua de todas as criaturas, para reparar com a Tua própria língua todos os pecados e as conversas funestas que se proferem; meu Jesus sedento, quero unir todas as vozes à Tua para, numa só, fazer com que, quando estivermos prestes a Te ofender, fluindo a Tua voz na voz de todas as criaturas, possa sufocar as vozes do pecado e transformá-las em vozes de louvor e de amor.

Jesus acorrentado, beijo o Teu pescoço, oprimido por pesadas correntes e por cordas que, passando do peito aos ombros e pelos braços, mantêm-Te estreitamente vinculado à coluna. Tuas mãos já estão inchadas e negras por causa das correntes apertadas e sangras de várias partes. Por favor, permite-me que Te desate, meu Jesus aprisionado, e se gostas de estar preso, que eu Te prenda com as correntes do amor que, sendo suave, em vez de Te ferirem, aliviarão o Teu sofrimento. E, enquanto Te desato, quero fundir-me no Teu pescoço, no Teu peito, nos Teus ombros, nas Tuas costas, nas Tuas mãos e nos Teus pés, para reparar Contigo todos os apegos e, assim, dar a todos as correntes do Teu amor; reparar toda a insensibilidade e encher o peito de todas as criaturas com o Teu fogo, o qual tens tanto, que não podes contê-lo; reparar Contigo todos os prazeres ilícitos e o amor às comodidades, para dar a todos o espírito de sacrifício e o amor ao sofrimento.

Quero fundir-me em Tuas mãos, para reparar todas as obras más, o bem feito de modo imperfeito e com presunção, e transmitir a todos o perfume de Tuas obras. Quero fundir-me em Teus pés, para encerrar os passos de todas as criaturas, e assim repará-los e comunicar a todos os Teus passos, para fazê-los caminhar santamente. Enfim, minha doce vida, concede-me que, fundindo-me em Teu Coração, encerre todos os afetos, as palpitações e os desejos, para repará-los Contigo e para dar, a todos, os Teus afetos, palpitações e desejos, a fim de que ninguém mais Te ofenda.

Mas ouço o ruído das chaves; são Teus inimigos que vêm Te tirar da prisão. Tremo, Jesus, sinto-me congelar; Tu estarás de novo nas mãos dos Teus inimigos: o que acontecerá Contigo? Parece que ainda ouço o ruído das chaves dos tabernáculos. Quantas mãos profanadoras vêm abri-los e, talvez, para Te fazerem entrar em corações sacrílegos! Em quantas mãos indignas és obrigado a encontrar-Te! Meu Jesus prisioneiro, quero estar em todas as prisões de amor, para ser espectador quando os Teus ministros Te libertam, para fazer-Te companhia e reparar-Te as ofensas que podes receber.

Vejo que Teus inimigos se aproximam, enquanto Tu saúdas o sol nascente no último dos Teus dias; e eles, desprendendo-Te, vendo-Te tão majestoso e que os olhas com tanto amor, como retribuição, dão socos tão fortes no Teu rosto, a ponto de o fazerem corar com o Teu preciosíssimo sangue. Jesus, meu amor, antes de sair da prisão, na minha dor, rogo-Te que me abençoes a fim de receber força para acompanhar-Te no restante da Tua Paixão.

Reflexões e práticas

Na prisão, amarrado a uma coluna e imobilizado, Jesus é coberto de escarros e de lama. Ele procura nossa alma, a fim de que Lhe faça companhia. E nós, sentimo-nos felizes por estar sozinhos com Jesus, ou procuramos a companhia das criaturas? O nosso único respiro, a nossa única palpitação é somente Jesus?

Para fazer com que nos assemelhemos a Ele, o amante Jesus vincula as nossas almas com a aridez, a opressão, as dores e qualquer outra espécie de mortificação. E nós, somos felizes por nos deixar amarrar por Jesus naquela prisão em que o Seu amor nos coloca, ou seja, na obscuridade, nas opressões e outros?

Jesus está na prisão. Sentimos em nós a força e a prontidão de nos prendermos n’Ele por Seu amor? O aflito Jesus suspirava por nossa alma para ser desamarrado e sustentado na dolorosa posição em que se encontrava. E nós, suspiramos para que somente Jesus venha nos fazer companhia, libertar-nos das correntes de todas as paixões e prender-nos com cadeias mais fortes a Seu Coração? Colocamos nossos sofrimentos em cortejo ao redor de Jesus que sofre, para afastar d’Ele os escarros e a lama que os pecadores Lhe lançam? Na prisão, Jesus reza. E nossa oração com Jesus, é constante?

Meu Jesus acorrentado, Tu Te fizeste prisioneiro por amor a mim, e eu Te peço que aprisiones em Ti a minha mente, a minha língua, o meu coração e todo o meu ser, para que eu não tenha qualquer liberdade, e Tu possuas absoluto senhorio sobre mim.


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